sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A berma da vida

Cada passeio da rua é diferente, uns são mais fáceis de caminhar neles, outros têm mais obstáculos que dificultam o nosso caminho, principalmente quando vamos ao lado de alguém, o que faz com que seja mais difícil caminhar ao seu lado, e faz-nos caminhar muitas vezes sozinhos…

O chão dos próprios passeios também é diferente! Uns são lisos, outros de terra, outros têm paralelos, uns bem colocados outros nem por isso que dificulta a estabilidade da caminhada, mas são passeios na mesma e tem o mesmo objectivo que consiste diferenciar o espaço da pessoa no seu passeio (da vida) naquele sítio específico.

Há passeios maiores uns do que outros, mas infelizmente os pequenos permanecem… E para dificultar mais a caminhada há novos obstáculos visíveis: postes e poças! Os postes são os mais visíveis mas temos de ter sempre atenção e nunca desviar o olhar… ‘olhar em frente’ porque quando damos por ela estamos a bater num deles, e temos de ter mais perspicácia e ousadia do que eles! As poças são mais perigosas pois aparecem quando menos esperamos e de repente estamos nelas…

Se verificamos nunca caminhamos no mesmo sentido, nem nunca caminhamos pelo sitio exacto que caminhamos na primeira vez, e cada passeio é diferente pelas suas características e circunstâncias… contudo são todos passeios, simplesmente cada um tem a sua forma e maneira de ser!


Continua…

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Muros

Muros vazios e obscuros
De textura dura e áspera…
Assim sinto.
Com frinchas/fendas salientes,
Umas pequenas outras de grandes dimensões…
Ai estão elas!
Muros que não permitem ver,
O que está no horizonte.
Limitação com rigor,
Visualização encerrada,
Prisão presente.
Muros que cercam… novas perspectivas,
Novos pensamentos, novas ambições.
Muros escuros e sombrios
Que contagiam o pensamento em vigor
E que não deixa ir mais além.
Rasgos de luz aparecem pelas fendas
Mas rasgos sem esperança
Contudo faz acreditar que há algo
Do outro lado do Muro… além do meu Mundo.
Sustento o espaço vazio
Espaço vazio mas confortável
Mas que abala quando a fenda se quer abrir demasiado.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Será Eterno




Nada acaba... tudo se transforma... E tudo será ETERNO.



Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.


Luis de Camões

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Morte Anunciada

Sem palavras… com um aperto no coração… nó na garganta… pensamentos vagos… questões por ser respondidas… Apática… olhos perdidos no infinito… só hoje tive e necessitei de escrever.

Pergunto o porquê de estar no lugar errado à hora errada… Pergunto o porquê do destino pregar mais esta partida junto deles… Não sei se o que fiz foi o certo, mas acredito que se a vida proporcionou esta má experiência por alguma razão foi, e sei que dei o melhor de mim!

Notícia má para ser dada a quem muito prezo e estimo, notícia de alguém que admiro. Sinto a dor, mas senti o vazio e o aperto do coração várias vezes por ter de ser eu a portadora da má notícia.

Telefone toca… Procuram-me… Não soube agir, mas o pedido não podia recusar, e senti que não poderia falhar… Sentem-me, ponderei… alguém tinha de o dizer… Lágrima caiu… mas eles precisavam de saber. Por momentos questionei, porquê eu?! Porquê a mim…

Fui a portadora da má noticia… O meu coração doía, ficou a doer mais por ver aqueles rostos de quem gosto desesperados. A morte foi anunciada…

Custou-me saber da sua morte por tudo o que partilhamos e vivemos durante as duas semanas, várias vezes por dia… os sorrisos, as brincadeiras, de certa maneira a cumplicidade adquirida num momento mais vulnerável da sua vida. O meu avozinho que nunca tive oportunidade de ter, e que acabei por o perder, a morte roubou-mo! Tinha passado dois anos e vê-lo desta “forma” foi delicado mas dei um pouco de serenidade e paz que ele necessitava!

A família que tanto admiro e que por circunstâncias da vida me afastei, neste momento colidiu com a minha rotina, e era eu que estava lá! Dei o meu abraço, o meu porto de abrigo, o meu lamento, e o meu pedido de desculpas por ter sido eu a anunciar a má noticia!

Dias pesados, sem reacção… Posteriormente reflicto friamente, a vida é isto mesmo… Nascemos, Crescemos, Vivemos e Morremos! Devíamos pensar mais na morte para também valorizar-nos mais a nossa vida e quem faz parte dela!

Nunca vou esquecer este dia, por três motivos: Por ter perdido alguém querido, por ter a anunciado a sua morte e por ter sido a portadora da má noticia à sua família, família que sempre a vi como se fosse a minha segunda família e que serei eternamente grata.

A Vós Peço Desculpa…

Lamento







Frases :
- "Ela anda aí a assobiar"
- "Um dia vem comer uma chouriça à minha casa… Bem, não a minha chouriça, mas a chouriça dos meus porcos”

domingo, 9 de janeiro de 2011

Pensamento... II

Depois de se descobrir que a vida não tem qualquer sentido, não nos resta mais nada senão dar-lhe um novo sentido (Lucien blaga). A felicidade, ou simplesmente os momentos felizes, na vida consiste em ter sempre alguma coisa para fazer, alguém a quem amar e alguma coisa por que lutar... (Chalmers)

Nada como um Novo Ano não possa proporcionar...