quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mudança

Quem de nós não tem dificuldade em aceitar uma mudança, adoptar novos objectivos quando os que tínhamos não se consegue concretizar… Mudar de estratégia… Repensar em novos desafios. Novas soluções.

Não é fácil aceitar uma mudança de uma hora para a outra, mas por vezes é-nos imposto e não temos como fugir a essa mudança, não sabendo como irá ocorrer mas na esperança que as coisas não acontecem por acaso, e a vida é sempre uma aprendizagem.
Hoje, foi-me imposto um desafio, não vai de encontro com o que desejava mas uma possível solução… um possível caminho mais fácil de percorrer, talvez! Mas não o que desejava…. Não sei se este estado de dúvida será o medo/obstáculo da própria mudança ou na incerteza do próprio desafio… como tudo na vida há consequências nas nossas escolhas, e as consequências nesta poderão ter impacto.

As mudanças são necessárias… As casas mudam, os gostos mudam, os pensamentos mudam;
Os lugares mudam, as outras pessoas mudam e nós, nós, inevitavelmente, mudamos.

Todos nós experimentamos a mudança em nossas vidas. A mudança é uma constante em nossas vidas. Há mudanças que estamos ansiosos para mudar e que temos medo. No entanto, uma coisa é certa. As coisas não vão ficar na mesma, não importa o quanto gostaríamos que ficassem. Quando ocorre uma mudança na vida, seja ela qual for, temos duas opções em como responder. .. Podemos olhar com desanimo para a mudança e assumir que as coisas vão ficar piores, ou podemos olhar com entusiasmo ver as novas possibilidades que a mudança apresenta.

sábado, 16 de outubro de 2010

Pluma-Fora de Tempo (Desistir de Tentar)




Fora de tempo (Pluma)

Cada vez que estou, não estás
Quando esqueço, voltas atrás
Sempre fora do tempo
Que temos para nós

Cada vez que sinto, sais
Quando esqueço, vens atrás
Sempre fora do tempo
E esqueces de amar

Desisti de tentar
Acertar o teu tempo e o meu
Não há nada a fazer
A vida ri de nós

Cada vez que dói, eu vou
Quando esqueces, eu não estou
Sempre fora do tempo
E vives sem dar

Cada vez que erras sou
Vestígio do que posso ser
Sempre fora do tempo
Sinto a sufocar

Desisti de tentar
Acertar o teu tempo e o meu
Não há nada a fazer
A vida ri de nós (sim, ri de nós)

Cada vez que estou, não estás
Quando esqueço, voltas e eu sou menos tua
E tu sais de mim
Estamos fora do tempo
Estamos fora de nós
Ficamos por fim sós

Desisti de tentar
Acertar o teu tempo e o meu
Nada há a fazer
A vida ri de nós (sim, ri de nós)

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Encontro

Marcou-se um café, e na incompreensão do acontecimento, foi aceite até com agrado. Á hora marcada os nossos olhares cruzaram-se e sem mais demoras fui envolvida num aperto de braços… aconchegador… retribui e pensei “como senti a tua falta”, mas nada disse, simplesmente retribui.

Sentamo-nos sem trocar qualquer palavra numa mesa do café, a mesa do “canto” do café, sei que não te esqueceste dos meus hábitos e gostos, mas dos quais sempre identificaste mesmo sem nunca teres dito nada.

A primeira palavra/expressão que foi mencionada, comoveu-me! Mas como estavas nervoso não sentis-te, simplesmente continuas-te. Sei que não prenunciei qualquer palavra pelo menos durante 23 minutos e as pausas que fazias eram silêncios preenchidos com a troca de olhares, com a música ambiente de uma rádio qualquer e o vaivém das pessoas...

Nunca te ouvi a falar tanto, nunca te vi com a expressão que estavas. Não eram palavras quaisquer, eu sei… eu senti-as… Eram palavras vindas do coração pela simplicidade e pureza que eram transmitidas e alguma dor a complementa-las.
A tua dedicação e determinação no que foi dito, nesse diálogo, fez-me tremer as pernas e sentir um aperto no coração. Acho normal sentir-me assim, foi isso que sempre quis ouvir durante tanto tempo… Mas tu sabes que há momentos certos para tudo. Talvez este momento não fosse o mais adequado… mas como desejei ouvir o que agora acabas-te por dizer!

Lembro-me de ter olhado para ti e questionar-me a mim própria “o porquê disto agora?!” Mas curiosa que sou, nem tive a ousadia de perguntar, pois não me interessa agora a resposta que ias dar.
Depois de tudo dito, continuei sem nada prenunciar, pois não tinha nada de novo para te dizer. A única coisa que poderias ouvir de mim era que senti muito a tua falta e que foste muito importante para mim. E agradeço por me ajudares a construir e a ser a pessoa que sou hoje.

Sei que és teimoso e tens as tuas crenças e ambições, são elas que te movem para tudo, e essa tua coragem e motivação contagiava-me, mas também sei que não és homem de olhar para trás e de pensar duas vezes no que foi feito, esse teu orgulho corrói por dentro, mas és feliz assim, e eu fico contente por ti.



A vida é irónica**

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tenho pena e não respondo (Fernando Pessoa)

A vida é irónica**

Tenho pena e não respondo.
Mas não tenho culpa enfim
De que em mim não correspondo
Ao outro que amaste em mim.

Cada um é muita gente.
Para mim sou quem me penso,
Para outros --- cada um sente
O que julga, e é um erro imenso.

Ah, deixem-me sossegar.
Não me sonhem nem me outrem.
Se eu não me quero encontrar,
Quererei que outros me encontrem?

Fernando Pessoa

**Esta é a minha resposta.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Roda e torna a Rodar

Sinto a necessidade de expor o que me vai na alma, mas não consigo. As palavras não saem, e as que saem não tem contexto nem nexo. Falta de coerência. Não encontro calma e serenidade nos meus pensamentos. Roda e torna a rodar. Não consigo definir o que realmente sinto, muito menos consigo prenunciar o que realmente se passa em muito coração e alma. Roda e torna a rodar. Questiono em alta voz para que as paredes do meu quarto possam ouvir, com a esperança de poder escutar a sua resposta. Questiono em alta voz para que eu própria consiga identificar a loucura a que cheguei. Roda e torna a rodar. Tento seguir em linhas paralelas algo em que acredito. Faz-me bem mas não o suficiente para me fazer sonhar, e isso não me faz feliz. Roda e torna a rodar. Não consigo abstrair do resto dos problemas e isto deveria ajudar. Mas não consigo. Roda e torna a rodar. Pensamentos acumulam-se, não se complementam porque são distintos. Palavras insensatas são ditas em baixinho, não as consigo controlar. Roda e torna a rodar. Clareza, segurança e acolhimento gostaria de sentir. Talvez isso, ISSO seria uma ajuda para a resposta das minhas questões, que até agora, rodam e tornam a rodar em meu pensamento