Marcou-se um café, e na incompreensão do acontecimento, foi aceite até com agrado. Á hora marcada os nossos olhares cruzaram-se e sem mais demoras fui envolvida num aperto de braços… aconchegador… retribui e pensei “como senti a tua falta”, mas nada disse, simplesmente retribui.
Sentamo-nos sem trocar qualquer palavra numa mesa do café, a mesa do “canto” do café, sei que não te esqueceste dos meus hábitos e gostos, mas dos quais sempre identificaste mesmo sem nunca teres dito nada.
A primeira palavra/expressão que foi mencionada, comoveu-me! Mas como estavas nervoso não sentis-te, simplesmente continuas-te. Sei que não prenunciei qualquer palavra pelo menos durante 23 minutos e as pausas que fazias eram silêncios preenchidos com a troca de olhares, com a música ambiente de uma rádio qualquer e o vaivém das pessoas...
Nunca te ouvi a falar tanto, nunca te vi com a expressão que estavas. Não eram palavras quaisquer, eu sei… eu senti-as… Eram palavras vindas do coração pela simplicidade e pureza que eram transmitidas e alguma dor a complementa-las.
A tua dedicação e determinação no que foi dito, nesse diálogo, fez-me tremer as pernas e sentir um aperto no coração. Acho normal sentir-me assim, foi isso que sempre quis ouvir durante tanto tempo… Mas tu sabes que há momentos certos para tudo. Talvez este momento não fosse o mais adequado… mas como desejei ouvir o que agora acabas-te por dizer!
Lembro-me de ter olhado para ti e questionar-me a mim própria “o porquê disto agora?!” Mas curiosa que sou, nem tive a ousadia de perguntar, pois não me interessa agora a resposta que ias dar.
Depois de tudo dito, continuei sem nada prenunciar, pois não tinha nada de novo para te dizer. A única coisa que poderias ouvir de mim era que senti muito a tua falta e que foste muito importante para mim. E agradeço por me ajudares a construir e a ser a pessoa que sou hoje.
Sei que és teimoso e tens as tuas crenças e ambições, são elas que te movem para tudo, e essa tua coragem e motivação contagiava-me, mas também sei que não és homem de olhar para trás e de pensar duas vezes no que foi feito, esse teu orgulho corrói por dentro, mas és feliz assim, e eu fico contente por ti.
A vida é irónica**
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