quarta-feira, 31 de março de 2010

"Encontrei-A"

Sonhei! Ontem sonhei que pude voar… E voei, voei como não houvesse amanhã. E aproveitei, sim aproveitei, como de alguma forma algo de especial fosse encontrar. Toda a noite não parei, entre os dois mundos, estava “ali” e ali fiquei. E sim, quase ao amanhecer, a encontrei…
Queria lhe bater, perguntar porque me tinha abandonado, porque me tinha deixado tanto tempo a pairar… Mas surpreendeu-me ao encontrá-la num recanto! Estava com um aspecto diferente do que esperava encontrar, e não consegui ficar indiferente do seu olhar. Por momentos, perguntei a mim mesma, em meu pensamento obscuro, o que teria acontecido para ela estar escondida naquele lugar…
Devagar, com uma certa hesitação, fui aproximando-me… Não olhou para mim, nem se quer respondeu… novamente insisti… persisti… e finalmente consegui. Pedi a ela para não ficar no seu canto. Pedi para que viesse comigo, e com uma certa humildade disse que podíamos algo partilhar. Senti-a fragilizada, identifiquei-me, e acredito que ela se identificou comigo, pois um diálogo se iniciou, contudo nela encontrei a determinação que em mim se perdeu e a ousadia que um dia me identificava.
Falei da minha dor, das minhas mágoas, riu-se! Riu-se, e perguntou como fui capaz de tão fácil fracassar… Eu sem resposta fiquei, não estava à espera que tal acontecesse, mas fiquei por momentos a pensar. Então respondi, que tinha fracassado “talvez” por ter deixado de em mim acreditar. Novamente, deu uma gargalhada e com um certo gozo perguntou: “Como foste capaz de deixar de acreditar naquilo que de melhor que nós temos, nós próprios?” Logo respondi sem pensar, que “de/o melhor” que um dia tive, o vento, a vida, me levou e que o vazio permaneceu como lembrança e só a dor ficou.
O silêncio, permaneceu…
Ela, viu o sofrimento em meu olhar, e com uma tranquilidade e serenidade, começou a meditar… Olhou-me nos olhos, que de alguma forma não me esqueço do seu olhar, e disse: o que temos de bom, de belo, connosco ficará, poderá ser difícil por vezes encontrar em nós o que queremos, mas estará lá, terás de ter paciência e persistência, mas estará lá. Ninguém tem o dom de tirar-nos o melhor que temos, o brilho do nosso olhar, esse brilho só se perderá quando nós próprios assim o quisermos, porque ele estará lá! Temos, sim de nos valorizar!
Ouvi com atenção, no fundo foram mais filosofias que acabei de ouvir. Mas furiosa porque todos gostam de falar e pouco de fazer, perguntei então, o porquê é que até ela própria estava escondida e que foi preciso insistir para comigo vir? Foi então, que senti um vento em minha face, um furação no coração, e ela prenunciou bem alto: “não sou eu que tenho de procurar as pessoas, são as pessoas que me precisam de encontrar”, filosofias pensei eu, mas continuou “as pessoas precisam de querer encontrar. Só quando elas se decidirem ir à minha procura, é que eu sei que é chegado o momento”.
Achei que de alguma forma ela tinha razão no que dizia, e o diálogo proporcionou-se quase, mesmo quase, até ao amanhecer. Trocamos ideias, perspectivas, reclamamos sobre a vida, sobre o destino. Mas no fim de tudo, soube que tinha-a encontrando e que desta vez não a ia perder. E prometi, que novamente não a ia desiludir, se fui capaz de a convencer em meu sonho entrar, também serei capaz de deixar partir o que é necessário do passado deixar, para que ela nunca me falte perante a vida, novos objectivos encontrar e de novo voltar amar.
Ela chama-se CORAGEM, e Coragem todos temos de a ter.

segunda-feira, 22 de março de 2010

É hora de recomeçar :)

É hora de recomeçar*

Hoje…
Agora…
É hora de recomeçar!

Depois de uma avaliação honesta
E não rigorista da vida passada...

Está na hora de começar de novo!

De criar novos sonhos,
De fazer renascer outros tantos
Apoiados em novos talentos encontrados,
E carregar a mala de gratas recordações,
De profundos instantes de vida
De grandes momentos de felicidade.

É hora de recomeçar.
E o momento certo é o hoje… o agora!

Sendo que a vida é feita de ciclos
Uns iniciam, outros terminam,
Assim é a vida.

O luto se faz no seu tempo, ao tempo de cada pessoa
Mas não podemos fazer a nossa vida o luto.
Cada luto, cada crise, trás-nos também a esperança.
Esperança de criar objectivos
Esperança de voltar a sonhar.

*Bastos (2004)

Agora Sim...
Agora...
É hora de começar ;)

sábado, 20 de março de 2010

Hoje, especialmente...

Hoje....

Porque hoje é um dia "diferente", especialmente, e as palavras mais sensatas não saem...

Simplesmente partilho algo especial...

Disfrutem...


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sexta-feira, 19 de março de 2010

Marginal

Marginal

Alegria exterior
Perfeitamente simulada,
Minha mágoa
Perfeitamente disfarçada.
Impossível a solidão não coabitar
Nesta esquina diferente,
Onde um público fictício aplaude
As discussões que travo com a minha mente.
Insensíveis negam ser,
Mas olham
E procuram não me ver
Sou extremo ignorado…

Então, salto e rio,
Abafo as lágrimas
E lanço estridentes gargalhadas.
Sou marginalizado,
Aparentemente alegre,
Desprezado.

sábado, 13 de março de 2010

Balançar

Pedes-me um tempo,para balanço de vida.

Mas eu sou de letras,não me sei dividir.

Para mim um balanço é mesmo balançar, balançar até dar balanço e sair...
Pedes-me um sonho, para fazer de chão.

Mas eu desses não tenho, só dos de voar.
Agarras a minha mão com a tua mão e prendes-me a dizer que me estás a salvar.

De quê?

De viver o perigo.

De quê?

De rasgar o peito.

Com o quê?

De morrer,mas de que paixão?

De quê?

Se o que mata mais é não ver o que a noite esconde e não ter nem sentir o vento ardente a soprar o coração...
Pedes o mundo dentro das mãos fechadas e o que cabe é pouco mas é tudo o que tens.

Esqueces que às vezes, quando falha o chão, o salto é sem rede e tens de abrir as mãos.
Pedes-me um sonho para juntar os pedaços mas nem tudo o que parte se volta a colar.
E agarras a minha mão com a tua mão e prendes-me e dizes-me para te salvar.

De quê?

De viver o perigo.

De quê?

De rasgar o peito.

Com o quê?

De morrer,mas de que paixão?

De quê?

Se o que mata mais é não vero que a noite esconde e não ter nem sentir o vento ardente a soprar o coração.

Espectro

Espectro

Não!
Não me procures hoje, Hoje NÃO!
Viajo nas asas do vento anelando a escuridão distante.
Ó sonho atroz!!! Atormentas minha alma de nadas (…)
No silencio do meu coração jazem palavras inauditas,
Quimeras latentes de segredos,
Utopias tristes prontas a despontar.

Não!

Não me procures… pois o meu olhar
É longínquo e perturba os corações humanos.
Olha, vê a noite, contempla o céu.
Vês aquela estrela?
Sou eu a brilhar na vastidão do universo.
Por isso, deixa-me voar nas asas do meu sonhar…

….

sexta-feira, 12 de março de 2010

Para reflectir...

“Estamos num rio que corre, num perigoso rio da Vida e não na sua margem…” (Antonovsky)
Duas orientações:

1) Orientação Patogénica
… Olhamos para as perigosidades do rio…

2) Orientação Salutogénica
… Olhamos para a nossa capacidade de nadadores…

O que queres ser amanhã?

Tens aí a tua resposta!

Expressões Contraditórias

Expressões contraditórias

Num inconveniente sorriso
Mil e uma lágrimas se tornaram.
Cumprimentos de uma formalidade postiça,
A que respondes com uma insuportável indiferença.
Um misto de raiva e dor sinto
Mas sim, reajo com uma frieza
Quase britânica!

Porém, basta um olhar
Para minhas expressões desacreditar.
Os lábios ávidos reclamam sensações,
Uma vontade de abraçar
Um sentimento oprimido

Mas, não quero sentir
O que sinto, não posso exprimir.
Não é hipocrisia,
Nem falsidade pode ser.
É, tão simplesmente, o orgulho De quem tu obrigaste a sofrer.

terça-feira, 9 de março de 2010

Amigo

Amigo

Amigo… Preciso de ti…
Longe de ti está frio… e arrefece…
Tu és a chama que aquece
O brilho do meu olhar

Amigo… Tu dás-me forças para voar
Junto a ti, já não sou algo sem valor
Ganho asas, sou uma borboleta multicolor
Uma abelha, uma flor, um pedaço de paisagem

Já não fico parada a meio do caminho
Frente de um abismo que não posso passar sozinho
Tu és a ponte para a outra margem

Meu amigo… meu irmão…
És aquele que ternamente me pega na mão
E sorrindo me diz: Estou aqui.
Não desistas de ti.

Obrigado por seres Meu Amigo

Saudade

Saudade

Ouço ao longe um grilo a soluçar
E o seu canto triste eleva-se no ar...

Melodia doce, terna e magoada
Que na magia da noite estrelada.

É uma luz que atravessa a solidão,
É um coração que chora, mas em vão...

Chora a princesa encantada
Cujo olhos têm o brilho dos cristais
Cujo o sorriso ilumina a madrugada
Cujo rasto se perdeu cedo demais...

E ao ouvir o grilo a cantar
Penso que ele está aqui pelo memso que eu:
Está chorando a contar ao luar
As saudades de alguém que se perdeu.